Em dias de rua

Quinta, 20 de Junho.
Não fui às ruas. Estava trabalhando e, agora, de casa, ouço pela rádio tudo o que aconteceu.
Multidões nas ruas, com vontade de sair reclamar o bem público, a qualidade de vida, mais igualdade, menos inflação, educação de qualidade, saúde, justiça... governantes fiéis e responsivos ao povo que representam.
O Brasil que dormia, acordou. A energia que move o futebol, agora move vozes, causas, agendas. Um ponto de virada na mobilização brasileira? Na representação política?
Povo do Brasil. O que queremos?
Queremos justiça. Queremos qualidade de vida. Queremos governantes responsivos, responsáveis, honestos, representativos. Queremos transparência, queremos saúde, queremos educação, segurança, mobilidade urbana. Queremos um Brasil de dar orgulho. Queremos a arte do futebol nas políticas públicas. Queremos sair da poltrona de telespectores da política corrupta e usar nosso poder nas ruas. Queremos gritar o grito da indignação calado tantas vezes. Queremos mostrar que queremos diferente, e que a copa não será nosso ópio.
Queremos como? Queremos o que exatamente? Queremos quem?
O movimento não tem bandeira definida, não tem negociador formal, não tem cabeça, nem tempo, nem previsão no que vai dar.
Aos políticos, para restaurar a copa das confederações e a rotina do país, resta fazer o que foram eleitos para fazer – promover o bem público, a qualidade de vida, a educação, a saúde, a mobilidade urbana, a segurança, os direitos humanos.


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